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Guerra ao terror e a democratização do oriente médio

  • Foto do escritor: Renata Duffles Andrade Amorim
    Renata Duffles Andrade Amorim
  • 14 de abr. de 2020
  • 2 min de leitura

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Foto: Masatomo Kuriya/Corbis


No início do século XXI, mais especificamente em 11 de setembro de 2001, dois aviões se chocaram contra as torres gêmeas do World Trade Center, levando o complexo à ruína. Os jatos que colidiram contra os edifícios, haviam sido sequestrados por membros da organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda.


Os ataques que ocorreram no início da era George W. Bush, foram classificados como terroristas e deram início a uma nova fase histórico-política mundial, a Guerra ao Terror.


A Guerra do Iraque, que ocorreu entre os anos de 2003 e 2011, foi construída sob a lógica da política da Guerra ao Terror, dando um enfoque aos regimes autoritários islâmicos que julgavam-se como um perigo internacional por supostamente possuírem armas de destruição em massa.


As tropas americanas, enfrentaram problemas no território iraquiano, sendo o menor deles a resistência das forças armadas de Saddan Hussein. O Grande embate dava-se ao dilema de como combater o autoritarismo no oriente médio, sendo a religião um fator organizador da sociedade e de discursos políticos.


Assim, os grupos jihadistas (Qutbismo, Wahabismo e Regimes), que também estavam interessados na queda do regime ditatorial, começaram a travar guerras internas.


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Foto: The U.S. Army/Flickr


A Primavera Árabe foi exatamente essa sequência de levantes que insurgiram em países do Oriente Médio e que possuíam como objetivo combater o autoritarismo e estabelecer um regime democrático. Em decorrência destes movimentos democráticos, houve uma abertura política que permitiu que a oposição secular saísse da clandestinidade.


No entanto, todas as instituições políticas ou de organização política e que não são religiosas, sofrem uma forte repressão, ou seja, os partidos, sindicatos, ONGs, imprensa, Universidades. Com a abertura política proporcionada pelos levantes da primavera árabe, estes grupos estavam completamente desorganizados.


Desta forma, os grupos que permaneceram organizados até a abertura política foram os religiosos como os Jihadistas, tidos como terroristas, e o Islã político, democrático. Os grupos democráticos e os terroristas, lutam pelo mesmo público, ou seja, as populações locais.


Tendo em vista que o objetivo dos grupos Jihadistas é a queda do governo autoritário, os governantes ditadores, para combater essa oposição, passam a usar a lógica de combate ao terrorista da guerra ao terror ao seu favor, criando um discurso onde seus governos autoritários seriam a última barreira de combate ao terrorismo.


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Foto: Mohamed Abd El-Ghany/Reuters Apesar da Primavera Árabe e da Guerra ao Terror serem eventos com interesses e consequências políticas diversas, ambos possuem como objetivo imediato a implementação de uma forma de governo democrático. Porém, não é difícil perceber que a lógica da guerra ao terror dificulta a democratização do Oriente Médio, pois para as grandes potências mundiais, como os EUA, França e Inglaterra, bancar um processo de democratização, significa colocar em risco os interesses econômicos, como petróleo, armas, comércio etc. Ao se abrir espaço no Oriente Médio para a democratização, permitisse a abertura de um debate a respeito de interesses econômicos. Desta forma, caso ocorra a eleição de um governo que se oponha a interesses destas potências, a democratização deixa de ser interessante. Desta forma, para esses países, torna-se bem mais fácil relacionar-se com um governante autoritário do que com as forças democráticas como o parlamento, o executivo, uma sociedade.

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